Fala de um conto de Friedrich Nietzsche e sua relação com nossa condição de ser humano...
O camelo, leão e criança.
Ele vai ruminar, ruminar e ruminar essa quantidade enorme de dados até construir seu sistema de valores e crenças que, na maioria das vezes, já está alinhado com valores e crenças organizadas e pré-existentes – sejam elas religiões, sejam elas sistemas políticos, filosofias ou doutrinas.
A maior parte da humanidade, diz Nietzsche, vive no estado de camelo. Só assimilando, aceitando, deglutindo. Ou, pior, se estapeando por causa do conteúdo engolido, isto é, por causa de suas crenças, ideologias ou religiões. Os homens-camelos não têm potencial crítico para se afastar da própria crença, analisá-la de forma isenta e descobrir seus pontos falhos ou ângulos distorcidos. Principalmente porque ela está baseada na emoção, não na razão. Por isso, para eles, de alguma forma parece impensável e sacrílego fazer essa avaliação.
Uns poucos entre os camelos chegam ao estado de leão. Normalmente, os grandes felinos se insurgem contra isso tudo que está aí, como se dizia na década de 70. Pode ser por meio da arte, como Picasso, que subverteu os cânones dos critérios artísticos aceitos até sua época (não sem antes dominá-los muito bem, por sinal). Pode ser por meio do cinema, como Ingmar Bergman, que trouxe a conflituosa realidade psicológica do ser humano para seus filmes inovadores. Ou pode ser por meio da religião. Francisco de Assis, por exemplo, foi um extraordinário leão de seu tempo.
Leões são geralmente líderes e, por isso, têm enorme influência junto aos camelos. Por isso mesmo, muitas vezes são feitos em pedacinhos por eles ou, então, por outros leões na defesa de seu território. O problema do leão é que, na maioria dos casos, ele ainda está preso ao que ele é contra. Pode dedicar sua vida e até morrer por seu ideal,
Como diz o mestre espiritual Osho,
a grande maioria da humanidade está empacada no estado do camelo; a minoria está empacada no estágio do leão. A maioria significa as massas; a minoria, a ‘inteligência’ (pintores, músicos, cineastas, intelectuais, escritores, uma boa parte dos pensadores…). O leão, continua Osho, evolui das massas e se faz por si mesmo. Ele é basicamente mental e egóico.
Já para se formar a criança é preciso uma formidável revolução interior. A criança é a pessoa que passou por uma transformação interna absolutamente radical. Ela tornou-se um outro ser, renasceu. É pós-mental e pós-egóica. O camelo vive no passado, o leão no futuro e criança no aqui-e-agora. Ela é a única realmente livre.
Quer saber como se tornar uma criança? Olhe, observe. Preste atenção verdadeiramente, realmente, em Tudo . Veja as correntes que te prendem, observe os grilhões a que está atado, as mentiras, os sonhos, as fantasias, as ilusões e ás crenças!!! Um encontro cara a cara com a Verdade, cada instante mais profundo. E quando aprender a olhar de maneira sincera e real, tudo se esclarecerá. A conexão se manifestará! As correntes começarão a se desfazer, a visão estará mais límpida e desimpedida, ampla e cristalina. A sensação será como a de ser uma criança; ela é criativa, leve, solta. E feliz”
Cada um vibra e ressoa à sua maneira. Quando se sentir consciente e brilhante, manifestará o que há de mais real em você.”
Amiga irmã...não conhecia esse conto..simplesmente maravilhoso...Voce nas suas buscas nos presenteia com esses achados...beijos!
ResponderExcluirSou grata por sua generosidade amiga-irmã,compartilharemos nossos achados...rss
ResponderExcluirBjuss