Ali (no coração) repousas tranquilamente! Deixa-me submergir no Teu mar de alegria...

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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Natureza


Quando entro numa floresta, ajoelho-me, 
porque ela é a mais antiga das Igrejas, 
aquela em que o primeiro homem ergueu ao céu 
a sua primeira prece: saudação à Natureza! 

Não há sacerdotes nesta Igreja, nem velas no seu altar, 
nem fumos de incenso, que saiam dos turíbulos 
de prata! Há uma multidão silenciosa, 
que estende os braços robustos para o alto... 

E, sobre aqueles braços, uma multidão de mãos, 
se abrem para implorar a vida ao sol, que tudo cria. 
A natureza mais sábia, soube na Floresta preparar 
bálsamos diversos, para todos os males da alma. 

Porque todas aquelas folhas verdes e sussurrantes 
ao vento, dizem a sua prece no murmúrio misterioso 
duma língua sem palavras, tudo reza: rezam as folhas, 
e com elas os insectos da Terra nos ramos entre a cortiça! 

Eu me encontro como uma criança, num berço onde a 
vida germina e cresce, lenta, esperançosa, apontando 
a Natureza Futurecida! Nasce-se e morre-se a cada 
hora a cada minuto naquele berço esmeraldino e fresco...  
 
 Efigênia Coutinho( Mallemont)

 

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